1 de jul. de 2008

A Busca

Ah, as ironias... Não é estranho como estamos sempre buscando, mas temos dificuldade em aceitar sermos buscados? Não estou - obviamente - falando de mim, já que ser buscado não está exatamente no rol de sensações que costumo experimentar, mas é fácil identificar a situação.

Ninguém convive bem com a solidão, e portanto todos sempre buscam companhia, seja de amigos, ou um relacionamento. Nessa busca, não se permitem um horizonte amplo, pois é preciso foco. Porém, o fechamento desse horizonte faz perder de vista destinos menos óbvios, que além de serem maioria, podem tornar a busca mais curta. Mas além disso, essa redução de horizonte faz acuar diante de aproximações desses outros destinos, e navega-se para um lugar que ao menos se sabe existir.

A palavra-chave dessa busca deveria ser permitir-se, mas há fatores demais em jogo para se ampliar o escopo da busca. Desde uma reputação a zelar, até um tal "fator za-za-zu", para citar o post da Jéssica. Ainda que o segundo fator tenha sua importância, há muito mais a perder do que a ganhar ao se pautar em imediatismo de sentimentos, ainda mais por não se tratar de algo necessariamente bilateral.



Exige-se de quem busca uma precisão no apertar de botões para acionar os tais sentimentos, que coloca a pessoa em tal posição de estratégia que ela não se permite sentir até que tenha 100% de certeza de ter colocado todos os mecanismos em pleno funcionamento. Ao permitir-se, o acionar de botões é mútuo (com o devido direito à dupla interpretação), e a médio, talvez longo (e talvez curto também, oras) prazo, o mecanismo está pronto para avançar, ainda que use partes de máquinas que jamais pareceriam trabalhar juntas, por nem uma delas ter sido preparada para tal funcionamento.

Chame "za-za-zu", borboletas no estômago, ou o nome que for, o sentimento é realmente bom, mas não vem obrigatoriamente acompanhado de felicidade. O processo é justamente o contrário: a felicidade traz sentimentos, e com direito a adicionais.

E agora chega de escrever, que vaguei por metáforas, auto-ajuda, inspirações, referências e não cheguei a lugar algum. O recado que fica é que partir da resposta não ajuda com pergunta alguma.