31 de ago. de 2010

Life is a loop

Inspira.
Expira.
Inspira. Expira.
Inspira; expira.
Inspira, expira
inspira expira
inspiraexpirainspiraexpirainspiraexpira

CALMA!


Devagar agora.

Foco. É preciso foco.
E controle.


Respiro pesadamente, como fosse denso o ar, quase sólido, e fosse preciso esforço para fazê-lo adentrar-me as narinas, fluir pela faringe e laringe, descer a traquéia e dividir-se nos brônquios para inundar o pulmão.


Devagar.

Concentração.

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Meses sem escrever. Meses a fio com palavras engasgadas, impulsos acorrentados, desesperos contidos e desejos vitimados por uma inação crônica. Meses, e ainda que houvesse tanto a expressar, uma imensidão de nada cercava, coibia, reprimia. Meses, e nem mesmo a retomada do controle poderá recuperar o que já não foi expressado. E nenhum grau de liberdade me permitirá expressar o que deveria, ainda que tenha plena consciência de que a internalização me trará de volta a este ponto.

Meses sem escrever, e nada do que acumulou parece querer sair. Não mais do que deseja simplesmente estar, e ser exatamente igual, sem emergir do subconsciente para a racionalidade mundana do tempo, começo, meio e fim.

Talvez escrever já não tivesse mais a relevância de outrora, e talvez exista, mesmo, um tempo para tudo e para todos. Mas toda vez que se pegava acreditando nisso, sua respiração desesperava, perdia o controle e o foco, e precisava começar tudo de novo.