21 de dez. de 2007

Fim de ano. Enfim.

Nostalgia no ar? Definitivamente não! O ano foi cheio de acontecimentos de ruins a péssimos, de tristes a trágicos, e até agora o lado bom é saber que vai acabar... Não que eu tenha esperanças para o próximo ano, até porque não combina com meu jeito pessimista, mas 2007 conseguiu me deixar no limite e quero mais é que vá duma vez embora pra eu poder apagar tudo de ruim que aconteceu esse ano, fazer de conta que não foi comigo, e tentar um sorriso. O próximo ano vai ser a mesma coisa; e talvez não sejam os anos que precisam mudar, mas eu que preciso mudar algumas coisas em mim... Mas se eu descambar por esse rumo, vão começar a aparecer promessas de fim de ano, que servem para chegar a uma época como essa e deprimir-se ainda mais ao ver que não cumpriu metade.

26 de nov. de 2007

Vamos fazer um filme...

Filme europeu, tragicomédia romântica sobre improbabilidades e desencontros. Filme sem casal, sem mocinho e sem bandido. Filme sobre deitar a cabeça no travesseiro e desejar boa noite para o rádio-relógio. Filme sobre chorar ao olhar o banco do passageiro vazio enquanto dirige um carro. Filme sobre contentar-se em dar as mãos, e chorar sabendo que não irá acontecer. Meu filme. Sobre mim. Monótono e triste. E eu assisto todo dia.

22 de nov. de 2007

Resignação 2

Hoje há 2 atividades na minha vida que faço com gosto: meu trabalho como game designer, e minhas horas de WoW. Nerdices à parte, me preocupa o fato de que as demais atividades faço por impulso, por compensação:

Como em excesso para compensar carência afetiva; bebo que é pra me soltar, compensar a força que o superego exerce sobre mim normalmente; saio, que é pra compensar a reclusão física, mental e sentimental cotidiana; me masturbo, que é pra esvair o tesão contido e sem um foco; converso sozinho, para compensar a falta de assunto com os outros; ouço música, que é para calar as vozes que atormentam; durmo, que é pra compensar o desejo incansável por um descanso real e definitivo...

18 de nov. de 2007

Resignação

Desânimo generalizado com (quase) tudo. Deve ser um mau sinal quando a única coisa boa acontecendo na sua vida é o trabalho, que deveria ser justamente o mais chato... Incomoda saber que vou sair de lá e passar horas de tédio e pensamentos ruins, chegando a conclusões negativas sobre presente, passado e principalmente futuro.

Quero uma renovação de esperança, sob a forma que for. Qualquer coisa que me devolva a vontade de continuar escrevendo, rindo, andando, comendo, saindo, vivendo... Mas parece que é pedir demais. Parece que tédio e inércia são meus fardos, e devo simplesmente aceitá-los.

O ânimo já não é suficiente nem para iniciar uma luta contra isso tudo, então volto para o meu tédio cotidiano, ligo a TV e aproveito o que resta da viagem...

13 de set. de 2007

A quem interessar possa...



Estou começando a me acostumar à idéia de não haver um lugar a que pertençamos ou que nos pertença. Mais uma vez vou indo embora, com o coração apertado de quem quer ficar. Indo para menos distante que das outras vezes, verdade, mas ainda assim indo, e deixando para trás tanto. E tantos.

Nunca fui bom com as tais novidades. Sou mais estático e menos dinâmico; mais saudade que ansiedade. Meu mundo poderia se congelar no tempo que me faria feliz.

As idas anteriores deixaram marcas, algumas que sinto doer gostosamente vez em quando. E ainda que saiba ruim a dor, não sinto o desejo de me desfazer pelo esquecimento, mas sim pela lembrança - a qual obviamente não tem espaço.

Deixo menos para trás desta vez mas sinto o peso das outras idas acumular-se, como se para alertar que de fato não só lugares, mas pessoas também não nos pertencem senão em memórias.

Tenho um sincero medo do que está por vir, mas não quero lidar com isso agora. Por enquanto quero a paz e esse tempo congelado na noite silenciosa, trancados eu e minhas lembranças e minhas lágrimas.






* Espero sinceramente que os referenciados saibam quem são, ou de nada terão valido as palavras e gestos de outrora.

27 de ago. de 2007

...

Às vezes é difícil continuar achando que viver é a melhor opção...
Às vezes é quase impossível...
Às vezes é literalmente impossível...


Não estou bem, e não quero palavras de consolo.




Preciso sonhar, urgentemente!

28 de jul. de 2007

Inerte






As bombas nucleares já não me deprimem mais. Atentados, poluição, epidemias e catástrofes não me comovem. O mundo podre, falso, torto, errado, pseudo-evoluído, com suas pessoas idiotizadas, minúsculas e cegas ao menos me provocam incômodo. A indecência humana, nos olhos, na conveniência de não se permitir enxergar um milímetro além da casca, nem isso me afeta.

Enquanto inerte, deixo de ser mais uma vítima de sentimentos reproduzidos para ser vítima da conseqüência dessa massificação. Ontem eu quis me matar. E anteontem, no dia anterior, e em todos os dias pelos últimos meses e anos. Mas cheguei tarde, já estou morto há muito. Vago em espírito, observando imperceptível cenas que não me causam mais que pensamentos sobre a pequenez da limitada existência humana. Há uma lógica desfigurada regendo uma orquestra de surdos, e a música me faz mal aos ouvidos. Parar de ouvi-la traria a paz de que preciso, mas não se pode escolher a cruz, apenas carregá-la.

18 de jul. de 2007

O Silêncio


"I was walking along a path with two friends - the sun was setting - suddenly the sky turned blood red - I paused, feeling exhausted, and leaned on the fence - there was blood and tongues of fire above the blue-black fjord and the city - my friends walked on, and I stood there trembling with anxiety - and I sensed an infinite scream passing through nature."
Edvard Munch

Assim Munch explicou sua inspiração para O Grito, e curiosamente a explicação é bem semelhante à que tenho para nomear este auto-retrato livremente inspirado na pintura clássica de "O Silêncio". Não pela paisagem ou pela natureza, mas por dentro de mim corre um grito que me distorce e deforma e não consigo expressar. Um desespero contido, permanente, sem céus de sangue mas com uma escuridão ainda mais desesperadora à volta. Este sou eu em metáfora. Este é meu eu real por trás da máscara que visto para trabalhar, conviver e viver.

26 de jun. de 2007

Protesto












O silêncio das rádios online

É isso mesmo, uma lei americana de direitos autorais pretende agora cobrar dos webcasts o direito de transmissão. Rádios online estão fadadas à extinção, e com elas muitos outros serviços como a Last.fm, o MySpace Music e muito provavelmente todo tipo de podcast.

Algumas destas rádios, como a Live365, disponibilizaram banners como o acima para que blogueiros e afins possam se juntar ao protesto. Além disso, no dia de hoje as rádios online estão organizando o Silence Day (Dia do Silêncio), em defesa dos seus direitos. Por isso não estranhe se você tentar ouvir e de lá não sair nada, é só uma demonstração do futuro, caso essa lei seja aprovada.

Quanto à lei ser americana, o fato é que ela afeta o mundo todo, já que no tocante a propriedade intelectual o direito está bastante universalizado. Isso significa que calarão webcasts de todas as partes do mundo em nome de uma absurda taxação que beneficia grandes grupos, para que continuem nos ditando o que ouvir. (E depois acham que têm o direito de reclamar do Chavez.)

Mais notícias sobre o assunto nesse site.

Dito isto, voltamos à programação normal. Até decidirem cobrar taxa dos blogs, para que notícias como esta só saiam em jornais. (Alguém viu algo a esse respeito em algum jornal? Pois é...)

22 de jun. de 2007

Cansaço

Estou cansado. Mente e espírito já não impõem o ritmo, e o corpo segue sozinho, distanciando-se mais e mais do centro. Esse cansaço precisa de mais do que descanso, precisa de paz. Precisa conseguir expirar, sem que o inspirar traga pensamentos negativos. Precisa deitar sem medo do que virá no sonho. Preciso de uma paz que não se acomoda na inquietude que carrego, e que já não sei como acalmar. Vou me afastando e simplesmente aceito o caminho sob meus pés por não poder enxergar o horizonte. Por vezes, chego a acreditar que a inquietude é minha sina, mas não quero me deixar perder a esperança de que um dia vão acalmar coração e mente, repousando em braços confortáveis e acolhedores.

19 de jun. de 2007

9 de jun. de 2007

É cedo...

6 horas da manhã, pensei.

Que noite. Que noite!, melhor dizendo.

Uma a uma me desfaço das peças de roupa. Ah! O ar frio da manhã no suor cansado do corpo. Um frio na camada abaixo da pele; os músculos contraem, a respiração fica pesada, como se o ar fosse denso, quase areia.

Os ecos da noite ressoam, misturando-se aos pássaros da manhã.

O espírito ainda não quer descer ao corpo. A elevação foi muita, e uma descarga como essa pode sobrecarregar o corpo físico, que resiste, esperando a hora, que não chega.

E quando chegar, deitar a cabeça, deixar o que sobrou de demônio ir embora, e relaxar, aconchegado e quente, com o silêncio que só merece quem se entregou ao caos.

5 de jun. de 2007

Luto pela falta de lutas

Tarde demais, e somente por um aviso externo é que percebi que somos todos fardos. Quando nossas pernas são fracas, seja lá qual for a metáfora, pesamos nos ombros de alguém.

Hoje percebi-me um peso, o que me pôs a repensar os valores que dou às coisas, e o modo como enxergo a superfície das pessoas, em especial as mais próximas a mim. Por vezes, aceito facilmente uma falsa transparência, uma falsa demonstração de que tudo vai bem, enquanto isto tudo esconde a mim e a outros da realidade, talvez em uma errada tentativa de proteger-nos de um mundo que de fato precisamos encarar.

Somos todos fardos, e por vezes, por mais que tentemos, não é nossa opção sermos ou não carregados. Nossas fraquezas são muitas, para termos total controle sobre quando caminhar.

A muralha ruiu, e a cidade podre por detrás me contagiou os pensamentos. Contrastes incomodam, não deveriam existir. Acho que só queria não pensar muito, e viver em aceitação e resignação. Não sonhar, não idealizar, não esperar. Simplesmente seguir caminhando na velocidade que o mundo estabelece como base.

A vida me dá uma vontade seca de chorar, e para isso não há solução.

Declaro luto permanente pela morte de todas as coisas que jamais chegarão a existir.

28 de mar. de 2007

"Ca(m, r, qu, s)inhos" ou "Despalavras"

São tantos os significados, e tão poucas as palavras para significá-los, que engasgam-se sem ao menos chegar na garganta

Partem os significados do peito, em pulsações biomecânicas

*tum tum, tum tum, tum tum*

Da cabeça, as palavras se empurram, se atropelam, se acotovelam, viajam ao encontro do significado em pulsações químico-elétricas

Sendo em maior número e tão mais rápidas, a mínima hesitação do significado dá às palavras vantagem considerável

Burras, por vezes saem pela boca sem nada significar. Em outras, perdem o ponto de encontro, seguem viagem e atropelam o significado que pensava se ia ou voltava pra casa

*tum tum tum tum tum tum*

Mesmo acelerado, o coração não alcança força para expulsar as confusas e nervosas palavras

O significado, pisoteado, tenta uma última manobra, agarrando-se a uma palavra rebelde, que corre na contramão

O par sai à boca balbuciado, talvez inaudível. Ou talvez não tenha mesmo saído, exceto na percepção confusa do significado que, distante do coração, sente-se mais livre

Coberto de suor com o nervosismo do momento, o autor finalmente respira.

1 de fev. de 2007

Circunstâncias misteriosas

Foi encontrado morto, em seu quarto, aos 25 anos de idade. "Circunstâncias misteriosas", disseram os médicos. Não há, ainda, como diagnosticar "afogamento em esperanças e desejos não realizados".