13 de set. de 2007

A quem interessar possa...



Estou começando a me acostumar à idéia de não haver um lugar a que pertençamos ou que nos pertença. Mais uma vez vou indo embora, com o coração apertado de quem quer ficar. Indo para menos distante que das outras vezes, verdade, mas ainda assim indo, e deixando para trás tanto. E tantos.

Nunca fui bom com as tais novidades. Sou mais estático e menos dinâmico; mais saudade que ansiedade. Meu mundo poderia se congelar no tempo que me faria feliz.

As idas anteriores deixaram marcas, algumas que sinto doer gostosamente vez em quando. E ainda que saiba ruim a dor, não sinto o desejo de me desfazer pelo esquecimento, mas sim pela lembrança - a qual obviamente não tem espaço.

Deixo menos para trás desta vez mas sinto o peso das outras idas acumular-se, como se para alertar que de fato não só lugares, mas pessoas também não nos pertencem senão em memórias.

Tenho um sincero medo do que está por vir, mas não quero lidar com isso agora. Por enquanto quero a paz e esse tempo congelado na noite silenciosa, trancados eu e minhas lembranças e minhas lágrimas.






* Espero sinceramente que os referenciados saibam quem são, ou de nada terão valido as palavras e gestos de outrora.