2 de nov. de 2009

Labirinto

Ando vendo monstros. Monstros que guardam portas atrás das quais escondo experiências que não quero mais viver. Seres que povoam os corredores do meu subconsciente, e saltam da escuridão a me paralizar de medo. Protegem-me, apesar dos pesares. E sentindo-me protegido, crio mais deles a cada experiência que desejo esconder. E são tantas. E tantos são os monstros, que já não sei mais andar pelos corredores sem me deparar com um. Alguns que já havia esquecido, que já havia até mesmo perdido o controle. E o meu corredor bem protegido tornou-se meu labirinto, guardado por várias dezenas de minotauros enfurecidos com minhas tentativas de abrir portas. Com isso, meu caminhar é lento, cauteloso, e às vezes nem andar é. À medida que as luzes se apagam, o labirinto se apresenta mais perigoso, e eu mais amedrontado. E esse medo me faz perdido, sem conseguir ao menos imaginar que em algum canto ermo possa haver uma nova porta, desprotegida e pronta para se abrir para um mundo onde poderei deixar os monstros para trás.

3 comentários:

  1. acho que todos nós temos nosso monstros, mas nem todos temos a magestria que tens para descreve-los!

    beijos

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  2. Um bom remédio contra os monstros é areia e praia...com cerveja...rs
    abs brother

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  3. Cada vez que leio vc sinto que mesmo que não façamos nada de maneira intencional, a genética se encarrega de manter as marcas historicas...ler vc eh inspirador...ler vc eh revelador...ler vc eh saber que existem pessoas cuja causa ultrapassa reflexões pessoais, mas cuja coragem de se expor acaba por dizer ao mundo o que o mundo se recusa a admitir: somos seres únicos caminhando sos no labirinto da vida...fazendo a jornada valer a pena...pra nos e para os que assim quiserem...

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