5 de set. de 2009

Nós

O nó na garganta impede as palavras de sair, ainda que tenha passado os últimos dias semanas ensaiando textos e diálogos imaginários pra dizer tudo o que quero (mas não) devo). É mais que um simples bloqueio, e talvez eu saiba bem explicar o processo, passo a passo, com detalhes - mas isso exigiria assumir algo para o qual não estou pronto. Não que um dia vá estar, mas não sei como sairia do choque que espero como consequência. Ou melhor, sei e tenho medo, isso sim. Muito medo.

O nó no estômago me tirou a fome, e por mais que pareça interessante de um certo ponto de vista (o do meu médico), me preocupa por ser justamente o oposto que outras situações de ansiedade me colocaram. Não comer me deu sono, que passou assim que abri a porta de casa e uma enxurrada de informações começou a ser processada, pedindo pra sair.

Fez-se um nó na estrada e nas pernas, e mesmo sem ter encruzilhada o caminho se perdeu - e eu nele. Cadê aquele pedestal que estava aqui? Será que voltei para o começo da história? "No matter how it starts" Ou desmoronou enquanto eu estava distraído? "No matter how it ends". O cenário é estranhamente novo, quase em branco para uma nova paisagem. "No matter how it starts". E o caminho vai se assentando até se perder de vista. "No matter how it ends".

Os lugares impossíveis de repente soam desejáveis outra vez, e tudo começa a fazer sentido, como uma peça de quebra cabeças que de repente se encaixa.


Irônica, a tecelã ri da mistura de choro e riso que estampo enquanto tento colocar em palavras cada pensamento que me passa voando. E até o tempo pára quando capto a lembrança de um sorriso.

Um comentário:

  1. Não entendi muito o sentimento, mas ele se fez imagem, caminhando na corda-bamba.
    A lembrança de um sorriso perdido é uma das melhores coisas que poderia terminar a caminhada!

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