25 de jun. de 2010

Chuva

Chovia e brindávamos, com vinho e abraços.

As roupas enxarcadas pelo chão, e nosso calor nos aquecia. Lá fora a chuva, aqui dentro o suor; e enxarcados, entorpecidos e extasiados, conversávamos em uma língua própria, mistura de linguagem corporal, semi-palavras, gemidos e espasmos.

Não muito longe, uma rosa que esqueci de entregar flutuava sem objetivo sobre a água da chuva. Um carro passa e joga a água, suja das ruas e perfumada da rosa, sobre as pessoas que esperam o ônibus.

"Foi lindo, romântico, perfeito, mas não foi apaixonante."

A rosa escorreu pelos esgotos, e morreu sem objetivo. Assim como eu, você, a garrafa de vinho, as pessoas que esperavam o ônibus, e a chuva.

2 comentários: