26 de nov. de 2006

(Lou)Cura?

Está amanhecendo, e talvez esteja tudo errado. É sempre bom perceber que mesmo manco, o universo vence sua luta de cada dia, e continua sendo número um nas paradas de todo ele mesmo. Amanhece e, por algum motivo, parece-me que os pássaros cantam. Talvez sejam gemidos. Antes fossem, talvez. Está amanhecendo e está escuro, mas a perspectiva é de mudanças drásticas nas próximas horas, se tudo continuar correndo corretamente. Os cães já estão acordados desde que nasceram. Quando não se tem sete vidas, deve-se aproveitar. Gatos dormem. Pra caralho. No mundo todo, gatos gordos dormem sob um facho de sol que entra pela janela da cozinha durante a manhã. À tarde, mudam para a sala. Chega de animais. Quando acordar, vou comer meu almoço pensando no bicho que morreu para servir meu prato. Ter pena é hipocrisia. Depois vou ajudar velhinhas a atravessar a rua por módicos R$100,00. A bondade gratuita é mais hipócrita que a pena. Acendo mais um copo de uísque com gelo, e o gelo atrapalha o fogo. Tudo que soa sincero deve estar fora dos eixos. Talvez esteja tudo errado, e ainda assim, amanhece.

7 comentários:

  1. E a meleca do dia amanhece de fato. Mesmo que deixe a conta de luzs em pagar a merda do Sol chega.

    E com ele todos os problemas de chegar no proximo dia sem ter resolvida nada ontem. E a bola de neve continua e a porra do Sol nem para derreter ela né ¬¬

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  2. Pensei ter deixado um recado em seu post anterior 0.o

    Pois bem, discordo de tudo que disse, exceto pela manhã. Esta realmente vem, mesmo nos polos, porém com mais demora lá (porém permanece por mais tempo).

    Ou seja: ainda acho que "não aprender" numa lição faz parte do aprendizado (visível apenas na próxima lição). Ou seja: Virar a página para ler a continuação do livro faz bem, ao invés de reclamar que a página não vira sozinha, ou que não dá pra ler ela enquanto a presente não é virada (sem virar).

    Ou seja ("porém", perceba que "ou seja" incluidamente faz parte de meu processo ecoativo de repetições): estou sendo sincero. Suspeite ou ache meu erro. Estarei aqui pra mostrar que está errado.
    ("Spirit of the truth")

    ... mesmo assim te amo. Só não engorde mais, senão não poderei tocar minhas mãos em tuas costas quando te abraçar n.n

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  3. Ah, "Brahmarsi" é meu nome "Hare Krishna"... foi mal aê =)

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  4. ...ciclicidade infinita...pro bem ou pro mal...gato come rabo, fractal....

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  5. o verão chega sempre pra frente....renova e passamos o natal com um sentimento de frescor nesse pólo. No outro, papai noel usa roupas pesadas, o que não é sofrimento para os contratados dos shoppings. No outro o natal é íntimo, fechado nos indoors, ou engrandecidas as salas de jantar pela neve que congela o lá fora. Lá ,o inverno chega antigo. São II natais. os pólos tremem

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  6. Atingir o sublime - navegar pelo esgoto dos pensamentos e perfumá-los. Aromatizar o esterco confiando-no ao solo, o adubo. Lixo, esgoto, o não uso mais, o esta putrefando, as profundezas do pensamento - a coisa ruim, o diabo, a tragédia, o fedor - mergulhemos; incendiemos o novo com os papéis do futuro em chama - vamos lamber a bosta, engolir os germes - o passado é o mapa - o odor é o senso, a direção, a lanterna; rastreemos pelo cheiro - quanto mais fedorento mais importante. O fedor trás o medo; o medo carrega a razão nos braços.


    Escolhamos uma das corais, as cobras, no escuro, e coloquemos-na dentro da cueca junto com a cobra mãe natureza - a tromba do elefante - será que pica, não pica? Tem veneno? O esgoto é veneno, o sublime é um sentimento de dor, mas em forma de cócegas no estômago - apodreçamos, subamos na corda bamba de mão dadas sobre espinhos. A beronha estava certa, o urubu também, canibalismo é a via. Mas não como carne podre e sem temperada; mas estamos perdendo os germes, eles que são a vida, que pululam de mortos como pipocas coloridas e vazam da grama, depois mortos por sapatos rente a lápides e depois carregados como troféis pelas formigas que se alimentam de ti; seus restos carregados para o formigueiro que metralhado pelas gotas da chuva faz os pequenos e fortes animais se perderem na grama até que a bola de fogo esquenta o açúcar do bolinho de banana no piquenique dos vivos, que comem porcos mortos no meio do pão e a formiga mãe é engolida pela criança ruiva ao mesmo tempo que o pé descalço afunda no formigueiro e ganha mordidas - e o seu corpo espalhado por aí, seus pensamentos refletidos no esgoto perfumado.

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  7. E eu já to me sentindo um cocô com uma vida medíocre.
    mas é assim...
    =/

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